quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Obrigada, leitores!

Gostaria de agradecer pelos lindos comentários que tenho recebido! As opiniões de vocês são muito bem-vindas, principalmente sendo positivas... :)
Sintam-se à vontade para comentarem e deixarem alguma forma de contato para que eu possa respondê-los! Muitas vezes, eu tento responder e o perfil está desativado ou não se pode acessar por algum motivo.
De qualquer forma, agradeço muito o carinho de vocês e peço ajuda aos leitores que curtiram algum dos meus textos que me ajudem a divulgá-lo, divulgando o blog. Obrigada! Beijo da Anna.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Invincible


The phone kept ringing. It had been ringing all day now. I was getting sick of it, really. Actually, I had gotten sick of it a very long time ago, but it never occured to me to do something about it. Until it hit me - bills to pay, banks calling to collect,... If only life was like a movie and I could just rob a bank and then drive away, fast.

I was waiting for my sugar to come back from his classes. He was in college, studying computers or some shit like that. I never really understood what it is he studied, but I knew it was complicated. He pulled his car up in my driveway. That purple eggplant crazy car of his was more noisy than a pregnant lady giving birth - it was histerical. He seemed to like it. Paid a lot of money to have it roaring like that. Apparently, noise was his thing - he also loved shrieking the tires on the pavement.

I got to telling him about my daydreaming. I guess I didn't know'm that well - he pulled a gun from a compartment in the car door and said "I know enough about computers to hack a bank for you. But just in case, we better be packin' some heat".

I didn't know what to do. I was so over feeling invincible like we do in our teenage years. But somehow it made me feel alive. What the hell... I had bills to pay and I wasn't gettin' any richer sittin' at home complaining to God about my debts. Alright, let's do this.

The magic happened pretty smoothly. We went in the bank and he approached a friend of his who owed him some money. The guy walked away to get the cash and he sat on the computer and worked his web charms. Told me to wait there for someone to bring me a bag of money, while he was starting the car outside.

A minute later, the guy wasn't back yet and this lady came to me with this big bag, so full of whatever that it seemed that little bags would burst outta there any second, and said:
- Are you Miss Anna Sophia?
- Well... I must be.
- Then this bag's got your name on it. Here's the withdrawal you requested. Gave us a lil' hard work, considering it was all in cash. But if the bank can't pull it off, who can, right? - and smiled happily. As did I.
- Yes, yes, you sure can! I'm much obliged. I'll be seeing you around, good day to you, ma'am.
- Good day, Miss Anna Sophia. What a nice pretty lady... - she walked away dazzled by my charms. Never thought I'd make a good thief. Anyway, my eggplant getaway car was waitin' outside.

I got in. Forgot about the seatbelt. I mean, we had just broken a few laws there, forgetting 'bout the seatbelt was the least of my worries. The tires shrieked as the car jumped into movement and I was free. Rock music came on the radio and, as we turned the corner on our way to God knows where, I stuck my head outta the car door and the wind blew my hair in my face while I tried - and failed - to see if anyone was coming after our sorry asses. Guess not.

You know what? I guess I'm not that over feelin' invincible. As a matter of fact, I could get used to this feeling pretty damn fast.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Continhos de fada são coisa de mulher

Mas não é?? E, talvez, este seja um problema. Não tenho lá tanta experiência de vida, mas adoraria dividir a pouca que tenho com as leitoras deste espaço.

Ultimamente, tenho percebido que a criatividade feminina, se não levar umas porradas de vez em quando, tende a levar a gente pra sonhos inalcançáveis e expectativas inatingíveis. Eu, particularmente, sempre fui criticada por ter “mau gosto”. Meus namorados, em geral, são caras de personalidade adorável, amáveis, que me satisfazem emocionalmente. Podem não ser supermodels, atores da Globo ou podres de ricos. São, simplesmente, “pães com manteiga”, sabe?

Pão com manteiga é aquele cara simples, do tipo que você vê na rua aos montes, e que não chama a sua atenção até trocar uns 15 minutos de conversa com você. Não chegam a ser um sanduba de salmão com mostarda dijon, entende? São um simples pãozinho na manteiga.

Há um tempo, terminei um namoro longo e decidi sair da cena de relacionamentos estáveis por um instante. Resolvi sair com caras do tipo que nunca achei que fossem me dar bola. Vocês devem saber que não há nada que uma boa dose de confiança (e o salto perfeito) não possa resolver. Pois bem, tive minhas experiências com supermodels, atores da Globo (tá, um só) e rapazes endinheirados. E querem saber? Eles pensam na mesma coisa, em suma: NELES. Estão preocupados com a carreira, com a privacidade, com a renda, tudo deles. Não pensam tanto em você e, pior, se entregam muito dificilmente, o que me leva de volta aos pães com manteiga.

Nós, mulheres, somos condicionadas a buscar sempre o melhor. Quer a prova? Se você entra numa loja maravilhosa de roupas e se apaixona por “aquele” vestido ma-ra, que custa metade do seu salário, o que você faz? Em geral, são 3 opções:

  1. a) Compro o vestido mesmo assim, minhas contas que se danem!
  2. b) Não compro nada. Economizo até ter o dinheiro inteirinho e, então, compro o vestido!
  3. c) Compro aquele outro pretinho básico ali, que é mais barato e também vai me fazer feliz.

Se você escolheu a última opção, PARABÉNS. Você sabe economizar e toma as decisões corretas. Pena que o resto de nós não consegue. E é exatamente disso que estou falando. O vestido caríssimo que não cabe no seu orçamento é justamente o cara que sai nas capas de revista ou o garoto mais popular da sua turma na faculdade: você pode até conseguí-lo – e, com certeza, vai ficar extasiada quando conseguí-lo -, mas a verdade é que, um tempo depois, a seda do vestido vai desfiar, a cor vai desbotar e você vai desencantar de uma forma que vai doer seu coração – e seu cartão de crédito. Enquanto isso, o pretinho básico que você sempre quis – e não sabia – está ali na arara esperando que você o leve pra cabine.

Não estou falando dos underdogs. Estou falando de caras que também têm pegada, também já namoraram bastante, mas, ao contrário dos outros caras, aprenderam uma habilidade a mais: sabem VALORIZAR sua companhia.

Além de não fazerem joguinhos (até onde sei, você pode ligar para eles todo dia – nossa! – e eles, ainda assim, não perdem o respeito por você), são mais carinhosos, cavalheiros e são uns perfeitos “caras de marido”. E, dificilmente, quebram seu coração àquele ponto em que a escolha de Sofia é entre chocolate ou uma pilha de livros de autoajuda.

É por isso que eu digo: acordar de manhã com um pão com manteiga e um cafezinho na sua cama pode ser uma excelente forma de começar o dia. A não ser que você seja uma Gisele (Bündchen ou Itiê) – nesse caso, o sandubinha de salmão vem facinho.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Passo-a-passo para um Valentine's Day bem sucedido (para homens)


1) Nos 3 dias anteriores ao Valentine's Day, liste diferentes floriculturas. Vá listando até umas 10 lojas, para você ter certeza que consegue, nessas 10, encontrar qualquer tipo de flor que sua Valentine goste. Acredite, vai se livrar de desesperos de última hora.

2) Escolha sua Valentine de véspera. No dia 14, você já vai ter coisas demais para fazer, para ainda ter que escolher a pessoa merecedora de todo o seu esforço.

3) No dia 14, ligue para sua Valentine antes do almoço (porque ela tem mais o que fazer do que ficar te esperando!) e diga algo doce ao convidá-la para sair à noite. Pode ser brega, desde que COLE.
Exemplo: "Você é a estrela que brilha mais forte no céu. Me dá a honra de admirar de perto hoje à noite?" Rimas também são boas opções: "Você é uma gracinha, quero você para mim. Que tal sair comigo para um jantar de São Valentim?"

4) Se ela disser que sim (e se você caprichar no convite, ela vai), diga que liga mais tarde para confirmar os detalhes.

5) Planeje a noite sem dizer nada para ela. Escolha um programa encantador e seguro. Não resolva levá-la para um clube de swingue HOJE. Em outras noites, ela poderia até gostar, mas HOJE, escolha algo que lhe garanta sucesso. Exemplo: Jantar no Outback, cinema e deixá-la em casa. O propósito do Valentine's Day é conquistá-la para outros dias, e não levá-la para cama HOJE! Esteja ciente disto.

6) Ligue para ela depois do almoço, umas 16h, e informe seus planos, com todos os detalhes. Isto denota confiança da sua parte e, se ela não for uma feminista neurótica, vai adorar o fato de você ter pensado o suficiente para decidir tudo por ela. Diga suas intenções de um jeito que ela não tenha como dizer "não". Exemplo: "Oi! Então, eu estava pensando em te pegar na sua casa, levar você para jantar no Outback do Shopping Leblon, depois poderíamos dar uma volta na Lagoa de carro e você já estaria em casa até umas 23h. Ok?, então te pego às 20h. Qual sua flor favorita?" Ela não vai dizer "não" para "qual sua flor favorita?" e, graças ao passo 1, você com certeza encontrará a flor que ela escolheu (de nada!).

7) Esteja na casa dela adiantado, 15min antes do horário combinado. Vai que ela precisa de você para alguma coisa enquanto se apronta, como fechar um vestido ou algo do gênero. Então, para ela saber que pode contar com você caso precise, mande um SMS assim que chegar, dizendo o seguinte "Caso precise de mim para alguma coisa, estou aqui embaixo. Pode se aprontar com calma, não estou com pressa. :)"

8) Leve um livro e esteja preparado psicologicamente para ela se atrasar uns 45min, principalmente se seu SMS fizer efeito. Pense que ela caprichará muito mais no visual (e, consequentemente, no humor), então você também sai ganhando com o atraso.

9) Depois de deixá-la em casa, diga que adorou sair com ela hoje e que ela definitivamente era a pessoa com quem você queria passar este dia (mesmo que seja mentira).

10) Deseje boa noite e vá embora para casa, colher os frutos da vitória. Ela provavelmente vai pensar em você a noite toda.

Um amigo uma vez me disse que, para uma mulher fazer um homem feliz, basta ela tirar a roupa. No entanto, queridos, para uma mulher tirar a roupa, você deve passar (no mínimo) por esses 10 passos acima. Então, vambora, que já está quase na hora do almoço.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Fixação - Platonismo socrático

Procurei uma palavra que definisse o que eu sinto por você. Não achei. Para falar a verdade, não sei bem o que estou procurando. Só sei que você virou um vício para mim. Como uma droga pesada - na primeira vez, o rush foi incrível. Depois, fui ficando resistente aos seus charmes, ao seu sorriso. Custava mais a me derreter, mas o final era sempre o mesmo: eu, derretida, com a mão quente no peito, gemendo e ofegando, dizendo “ai, meu Deus, como eu preciso”.

Será que importa mesmo que eu nunca o conheci? Será? Sei muito bem que você existe, sei qual nome sussurrar ao seu ouvido e sei que, óbvio, tudo aquilo que você tem eu não vou mais achar em ninguém. Sua pele branca, suas cores todas, sua voz de menino. Será que consigo expressar em palavras o meu desejo? Sei que, em ações, nunca poderei. Mas se pudesse, não conseguiria esconder o quanto quero você.

Quero conhecer seu cheiro, seu toque e seu prazer, sentir em suas mãos o quanto meu corpo esquenta com o mero pensamento de estar ao seu lado. Sentir as luzes piscando em meus olhos como as notas do seu baixo e os tremores em meus joelhos. Ouvir sua voz dizendo “vem” e, ignorando meu bom senso, dizer “agora”.

Pela primeira vez na minha vida, me sinto embriagada de luxúria, num platonismo socrático - quero você, nunca terei você, então fico na platéia, sem outra saída, sonhando acordada com as sensações que nunca viverei em suas mãos, em seus lábios, em meus lábios. Vamos recomeçar?

Meu nome é... Bem, não importa. Na realidade, seu nome também não, embora eu já saiba qual é. Tudo o que quero é uma noite com você, se não for pedir demais. Quem sabe, depois de experimentar você, eu me dê por satisfeita. E consiga dormir em paz.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Abraço de Urso

Queria entender o que em mim atrai os homens mais velhos. Acredito que seja meu jeito falso de ser inocente. Não que isto importasse agora. A atração que sentíamos nos trouxe até aqui, tão próximos um do outro.

Pude sentir sua respiração em minha boca, enquanto suas mãos quentes de desejo e confusão me seguravam pela cintura. Meu corpo arqueava, se aproximando e distanciando dele, enquanto minha mente e meu âmago guerreavam entre a hesitação e a entrega.

“Preciso provar você.”
“E eu preciso ser provada...” – confessei, entre suspiros no meio de um longo e desesperado beijo.

Cambaleamos em direção ao quarto, deixando as roupas pelo caminho enquanto subíamos as escadas. Os corrimãos de ferro se assustavam com o calor de nossas mãos e nós nos assustávamos com as conseqüências do que estava prestes a acontecer.

Minha nuca derretia em seus lábios, enquanto meus sentidos se aguçavam. Suas mãos me desbravavam vagarosamente, com a confiança bruta que apenas um homem consegue conquistar. Meus dedos seguravam seus cabelos como a uma bóia em mar aberto, enquanto minha nudez expunha todas as minhas verdades, que em alguns minutos ele viria a conhecer.

Todos os sonhos quentes que já havíamos tido um com o outro se concretizaram naquela noite. Largados na cama em seu duplex, sentíamos a brisa de Copacabana adentrar o quarto, revitalizando a energia daquele lugar como ele revitalizara meu corpo.

Depois de uma troca de olhares, meu coração apertou. Todos os meus esforços foram em vão, a partir do momento em que me entreguei ao desejo. E agora estava eu, afundando na derrota do gostar, abrigada em seu delicioso e interminável abraço de urso que, como uma fita vermelha, era o toque final naquele perfeito presente que jamais vai ser meu.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A dama e o vagabundo

De que importaria se ele se vestisse de trapos, se ele me ama? E daí que eu não sei apontar no mapa onde ele mora, se ele dá sempre um jeito de me ver? De que importa falar 3 idiomas, quando a linguagem mais importante é a do amor? Na realidade, são duas pessoas, duas extremidades, metades diferentes de um mesmo todo.

Quando os dois corpos se juntam, não importa o saldo no banco, as notas na carteira ou os diplomas na parede. Porque, neste momento, os dois formam – simplesmente – um casal. E não é isso que importa?

Até que ponto o vagabundo vale menos do que a dama? O mundo dá voltas enlouquecedoras e, numa dessas, o vagabundo vira lorde, a dama fica pobre e os dois continuam na mesma: duas pessoas, duas extremidades, metades diferentes de um mesmo todo: um casal.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Caminhos

Peguei-me pensando nas voltas
e reviravoltas que o mundo dá
e estou incerta se,
realmente,
o "fazer de tudo" há.

Há sempre uma porta
- ou janela -
que deixamos fechada,
quando escolhemos a outra
por qual vamos passar.

Será mesmo possível
atingir a calma
de saber na alma
que fiz até o impossível?

Há sempre mais uma gota
de humilhação,
de indignação,
de sentimento,
de julgamento
a ser sentida,
implorada,
expressada,
demolida,
superada.

Será que fiz tudo mesmo
e ainda assim parei aqui?
Ou o momento em que estou,
o lugar para onde parti,
é diferente do que podia -
mas não consegui -,
achando que o destino
me guiaria invencível
por aquela estrada...
inesquecível?

@Ju Zuka
Em resposta a este post.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Living in reverse

Que vida é essa? Parece que fui sugada por um redemoinho e agora tenho que go with the flow. Já se sentiu assim?... Como se o mundo estivesse girando ao contrário e você tivesse que girar junto? Mas está errado! Ninguém vê que tá TUDO ERRADO?

Estou vivendo num clipe nonsense de uma banda de indie rock. Tudo rolando em preto e branco, câmera lenta e in reverse. Tudo em negativo, ao contrário, como se eu morasse em Opositeville.

Minhas palavras se foram no redemoinho. Os giros reversos do mundo levaram meus amores, meus compromissos e só ficaram meus instintos. E as músicas alternativas, rocks levemente monótonos - mas ainda assim legais -, que me fazem go on living. In reverse.

Há algo de inquietante e, ao mesmo tempo, muito familiar nessa situação. É confortável ser levado pelo ritmo da vida, mesmo que ele seja diferente do que você estava acostumado. Lutar contra os giros do mundo - e eles são extraordinários, excêntricos e imprevisíveis - é inevitável e improdutivo. De que adianta tentar? Se você se deixar levar, você pode parar exatamente onde queria esse tempo todo. Ou num lugar ainda melhor. Ou, no mínimo, olhando para trás e vendo o quanto você cresceu, numa trajetória libertadora, digna de clipes da MTV. So let go. And live in reverse.

Sugestão de trilha:

terça-feira, 6 de julho de 2010

Conto: O outro lado do desespero

Você me vê. Aparentemente, sou uma pessoa feliz. Tenho amigos, uma família bem estruturada, dinheiro, uma carreira e sucesso. Estou sempre atarefada, seja com trabalho, com diversão ou com minhas "obrigações particulares". Sou um ombro para meus amigos, um escudo para minha família e, para mim, sou apenas eu.

Você me vê. Sempre em movimento. O que você não vê é que, se eu parar de dançar, desmorono. Toda esse revestimento de confiança, de força, esconde, na verdade, uma menina frágil, insegura, que busca apenas ser amada.

Um dia, resolvi parar de dançar. Como previa, desabei. Desabei dentro de um poço tão fundo que poderia cair eternamente em direção ao fundo.

Nesse momento, não fui ombro para ninguém. Meus dois ombros não dariam conta de consolar a mim mesma, quanto menos outros... Falhei como amiga, como filha, como ser humano. Embrenhada em minha própria dor, contemplei possibilidades inaceitáveis para qualquer outra pessoa. Pensei em me juntar às minhas amigas e seus problemas e fundar um clubinho das Suicide Sisters... Pensei em pegar o carro e minha gata e fugir para outra cidade qualquer onde eu fosse parar... Também pensei em virar assassina profissional e viver o resto da vida sem sentimentos. Nada disso adiantou.

Uma vez, um amigo muito sábio disse que, se dermos as costas para o não, nos encontraremos no caminho para o sim. E a verdade é que dar as costas para o sentimento é dar as costas para a vida.

Viemos a este mundo para sentir. E a lição que aprendi nessa minha experiência - "quase morte", me atrevo a dizer - é que a dor nos define. Foi na dor que descobri quem sou. Minhas qualidades, meus defeitos, minhas burrices. Não podemos nos proteger da dor a ponto de nunca sentirmos nada. É no auge da dor e do sofrimento - quando o coração bate tão forte que sentimos no peito - que lembro que estou viva. E só então ressurjo do poço, como a fênix das cinzas, e, mais do que a "volta por cima", dou as costas para o desespero e, quem diria, me encontro no caminho para a felicidade.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Atitude

O que é atitude para você? Para mim, é uma consequência natural da confiança. Se alguém tem autoestima, se sente confiante de agir como é de verdade.

Todos nós temos atitude. Manifestamos de maneiras diferentes, pois nossas atitudes são diferentes, mas todos a temos. Mesmo que ainda não a tenhamos descoberto, temos.

A atitude é uma gracinha que guardamos lá dentro de nós mesmos e que nos diferencia uns dos outros. Cada um tem uma forma diferente de libertar essa gracinha. Para alguns, é a forma de se vestir. Para outros, é a forma de falar. Para mim, se sentir bonita é uma grande parte de libertar a atitude. E acho que várias outras mulheres concordam comigo.

É por isso que a moda, o estilo e a maquiagem estão em alta desde sempre. São formas básicas, que as mulheres possuem em comum, de externar sua atitude. Por isso, use as ferramentas que você tiver para libertar suas gracinhas, porque são elas que farão de você uma pessoa única.


Caso sua gracinha, assim como a minha, goste de maquiagem, dê uma olhada no canal que criei no YouTube para falar disso, o MakeAtitude. Siga no twitter também - @MakeAtitude - para dicas de maquiagem, tutoriais, produtos e sorteios.

Deixe também seu comentário, dizendo o que é atitude para você e como você liberta sua gracinha.
Thanks! ;)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Samba-poema

Vivo no limiar entre o silêncio e o choro,
onde tudo é pouco,
porque você não está.

Procuro formas de abafar a dor,
que é um grito louco,
porque você não está.

Já não sei mais onde vou chegar.
Não quero andar para frente,
quero rebobinar

P'ra um tempo em que o meu lugar
era ser "a gente"
e o abraçar.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Conto: Pacha não.

- Gente, as bisnaguinhas estão acabando.
- Alguém me passa a manteiga?
- Hoje vamos a Geribá? A Tatiza ainda não conhece...
- Deus defenda!
- Nãão, vamos pra night! Privi ou Pacha?
- PACHA NÃÃÃÃÃO!
- Vamos brincar de stop com o alfabeto inteiro?
- Gente, e o almoço?
- Deus queira, escorredor!
- Gildaaa, me ajuda aqui com essa cadeira? Quero colocar lá fora!
- Não faça isso, amygue, está um frio horrendo!
- Então vamos para a sauna hidratar o cabelo?
- É, pode ser uma boa, meu cabelo quer pegar alguém hoje.
- Na Privi ou na Pacha?
- PACHA NÃÃÃÃÃO!, gritam as quatro.

E começam a juntar os cosméticos na mesa da sala, para se maquiarem juntas. Passaram o dia inteiro conversando e ouvindo uma seleção inigualável de músicas, de todos os estilos, guardadas a sete chaves no iPod de uma delas. Enquanto isso, a cachorrinha choraminga no quarto, porque também quer participar da festa - afinal, quem não quereria passar tempo com essas quatro? Meninas alegres - até quando estão tristes -, amigas, divertidas e cada vez mais inseparáveis, conforme o feriado passa.

Existe uma coisa chamada empatia. O que essas quatro têm ultrapassa os limites desse sentimento. Deram-se bem de cara, se aturaram sem maiores dificuldades durante 4 dias debaixo do mesmo teto e, assim que cruzaram a fronteira de Búzios em direção ao Rio de Janeiro, começaram a sentir saudades uma da outra, mesmo estando ainda dentro do mesmo carro, ouvindo as mesmas músicas, falando das mesmas coisas, agora no passado. E, claro, sonhando com a próxima viagem, com o próximo café com bisnaguinhas, com a próxima viagem no carro apertado de uma delas... Com a próxima night juntas - na Pacha não.

inspirado na minha viagem este feriado com minhas 3 mais novas amigas. Deus defenda! (LOL)

terça-feira, 11 de maio de 2010

Kama

Não acredito que estou aqui. De todos os lugares em que já fui parar na vida, este definitivamente é o mais improvável. Não quero sair daqui nunca mais na minha vida, quero me alimentar de ar, luz, cobertor... E nunca mais sair desta cama.

Deitado ao meu lado, sinto sua respiração na minha nuca. Sua mão direita repousa suavemente em minha cintura, me fazendo sentir segura, protegida, entregue. Não que isso seja ruim, mas não é necessariamente bom. Entregue, estou aberta, vulnerável, como uma presa esperando pacientemente pelo bote.

O telefone toca, é um cliente. Ele precisa atender. Sua mão se afasta do meu corpo, que lamenta a cada milímetro que a distância aumenta. Sei que é questão de segundos mas, para mim, são séculos. Pronto, voltou.

Ele encosta em meu corpo e faíscas saem de mim. É tão explícito que coro. Impossível esconder o quanto eu sou dele. Boba, me deixei cair em seu jogo de sedução. Jogo que nem ele percebeu que estava jogando.

Há poucas pessoas no mundo que nos fazem sentir como bombas atômicas prontas para explodir a qualquer momento. Como se todas as nossas terminações nervosas estivessem simplesmente aguardando o toque dessa pessoa, dessa única e rara pessoa, para nos liberar o prazer mais puro e profundo que existe.

Olhou nos meus olhos. Não sei o que é essa relação louca que temos, mas pouco importa. Deitado à minha frente, me puxou para perto. Emoldurou meu rosto com suas mãos e me beijou com tanto desejo que me senti febril. Precisei respirar. Empurrei-o para longe, com as mãos abertas em seu peito nu. Cada toque me fazia mais apaixonada por isso tudo. Suspirei.

Meus dedos deslizavam livremente pelos fios dourados de seu cabelo. Desciam pelo seu corpo, tocando cada sarda, cada tatuagem, cada pêlo. Ele era um tesouro, uma preciosidade que o mundo estava dividindo comigo, por enquanto.

Chegou a hora de ir para casa. Não me questione, faço o que faço por motivos muito nobres. Sou uma junkie por sentimentos. Acho que viemos ao mundo para isso: para sentirmos, vivermos intensamente, para sofrermos e rirmos intensamente. Da mesma forma que quero ser possuída por ele intensamente. De novo.

Quem ousa criticar os sentimentais, ou intensos? Do que seria a vida senão de emoções e sorrisos? As lembranças mais fortes não são aquelas que nos fizeram sorrir, ou chorar? Não são dessas lembranças que queremos mais, ou esquecer? É por isso que eu faço de todo momento uma lembrança em potencial. E dessa relação, faço um Soneto de Fidelidade*: "que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure".

** Kama significa "gozo dos sentidos" ou, simplesmente, "desejo". Leia mais sobre isso aqui e aqui.

Sugestão de trilha:

domingo, 9 de maio de 2010

Preparações

Não me julgue... Considero minha vaidade parte do meu amor próprio. Se quero me maquiar para ir ao Hospital, me deixe.

Acho que é minha própria culpa precisar dessa cirurgia. Claro, tudo na vida é nossa própria culpa. As coisas boas e as ruins. Carmas que voltam para nos assombrar ou abençoar. Tudo resultado do que já fizemos a nós mesmos ou a outras pessoas.

Fico pensando o que eu possa ter feito de ruim para ter chegado a esse ponto. Olho o relógio. Não tenho tempo para pensar nessas coisas. Não são remédio para minha doença. O próximo passo é botar uma roupa, antes que minha carona para o Hospital chegue.

O espelho grita comigo: "Vai mesmo castigar os médicos com essas olheiras?? Com este cabelo desgrenhado?" É, vergonha na cara eu não tenho mesmo, deveria pelo menos ter um pouco de maquiagem na pele... Enquanto passo minha base, rezo para Jesus, pra Maria, pra Buddha, pra Chama Violeta... Percebo que hoje é sábado. Dia da Chama Violeta, a chama da Transformação. Se alguém pode me transformar, e hoje - out of all days of the week -, é a Chama Violeta. Sem contar que, no meu carro sujo, ontem escreveram "Jesus me sarou", diferente dos piches comuns de "Mamãe, me lave". Outro sinal... Tudo bem, calma.

Maquiagem feita, interfone berrando. Minha carona chegou. Jogo uns grampos na franja, a prendendo para trás, num rabo de cavalo baixo. Não que esse detalhe vá enriquecer essa história, mas deve ter algum significado. Tudo sempre tem. Dou um beijo na minha cachorra, peço que reze por mim. "Que bobagem, cachorros não rezam".

O elevador parece vir em procissão até mim, de tão devagar que sobe. O preço que se paga por morar na cobertura. Experimente subir de escada em dia de apagão. É assim que mantenho minhas coxas grossas e avantajadas como são. Meu único orgulho (um dos).

Entrando no carro, pareço estar entrando em meu próprio caixão. Ao chegar no Hospital, coloco meu tercinho rosa entre o mindinho e o anelar da mão direita. Nem sei se Deus ainda vai me ouvir hoje em dia, misturando religiões como ando misturando. Se Deus é um só, não entendo como há tantas religiões por aí... Coisa mais esquizofrênica.

Deitada na maca, estou sendo empurrada para o Centro Cirúrgico. Vestindo aqueles roupões infames de Hospital, que insistem em mostrar sua bunda para todo mundo... detestando isso tudo. Já não basta ter sido infectada com esse passado imundo, agora ter que ser cortada para me livrar dele... E ainda deitada seminua nessa maca gelada.

Olho para o teto, vejo as luzes passando como num episódio de House ou E.R. Gostaria de ter minha câmera agora, para registrar o caminho que percorri para o calvário.

- Você vai ser meu anjo?
- Sim, Bruno, o seu anestesista.
- Oi, Bruno, vamos lá, me deixe grogue de uma vez. Chega de lerolero, não quero estar consciente pelos próximos 3 dias.
- Não acho que será necessário esse tempo todo...
- Eu lhe garanto que sim. Mas faça como achar melhor, você é o profissional, estou lhe pagando para não fazer o que eu acho correto.

Começou a injetar drogas nas minhas veias. Fiz o sinal de paz e amor enquanto me afogava lentamente em dúvidas, inseguranças, piadinhas internas e memórias do passado que eu, ali, tentava esquecer. E depois, era breu.

Acordei me sentindo mais leve. Como se a cruz que no princípio eu carregava nas costas e, depois, no ventre, tivesse sido cirurgicamente removida de dentro de mim. Alívio, livre, viva.

Percebi que tudo na vida são preparações. Primeiro, nos preparamos para andar, para falar. Depois, estudamos como preparação para uma vida profissional. Namoramos para noivar, para casar. Maquiei-me para me operar. Operei-me para viver. Melhor, maior, mais feliz.
E você? Qual a sua preparação?

sábado, 24 de abril de 2010

Big Picture

O interessante de um blog (e de uma coluna), segundo eu soube, é ler sobre as experiências do(a) autor(a). Por isso, resolvi escrever esse post sobre a importância de um break do "mundo real" para se organizar internamente e voltar com tudo.

Introspecção faz parte da vida e nos ajuda a crescer. Justamente por isso, sempre que você estiver se sentindo confuso, dê um tempo. Vá para a casa de um amigo, saia da rotina, conheça pessoas novas, saia da cidade ou reveja pessoas do seu passado. Vale tudo para espairecer. Com a cabeça fresca, fica muito mais fácil enxergar as soluções para os seus problemas - muitas vezes, elas estão bem na sua fuça...

No meu caso, o que funciona é ligar uma música e curtir, sabe? Soltar a imaginação, meditar ou escrever uma coluna sobre a minha confusão interna - afinal, desabafar muitas vezes ajuda também. No entanto, ultimamente, tive que dar uma escapada maior. Resolvi entrar num avião e sair do estado. Rever uns amigos que não via há uns 6 anos, reacender umas chamas, dar umas risadas, o que ofuscou muito bem os meus problemas e minhas preocupações. No final das contas, voltei mais leve, mais feliz e os problemas pareceram muito mais fáceis de se lidar.

Admito: a fuga em si pode ser um processo de enfraquecimento. O que precisamos fazer é juntar forças para enfrentar os problemas. No entanto, considero a fuga um processo de empowerment. Sair da zona de desconforto para uma zona de "reconforto" pode ser uma excelente técnica de fortalecimento das nossas estruturas, pra poder lidar com os problemas que, de perto, parecem tão assustadores. Às vezes, tudo de que precisamos é um pouco de distância do problema, menos foco, para podermos ver o quão simples ele é de se resolver ou, até, contornar.

Por isso, quando tudo parecer difícil ou impossível, tenha em mente que nada é tão ruim quanto parece quando se olha a big picture: dê um passo atrás, para poder dar dois à frente, saca? Works everytime. ;)

Concorda? Não? Dê sua opinião nos comentários!
Para saber mais sobre o que eu penso, leia meu blog pessoal.

domingo, 7 de março de 2010

Saudade Instantânea - O começo

Ela tinha acabado de se libertar de uma prisão. E não era prisão, no estilo cadeia. Tava mais pra prisão de ventre mesmo. Aquela prisão que você quer sair, você pode, você faz a maior força, mas - minha querida - não tem jeito. Você não tá pronta ainda. Ela esperou. Quando ficou pronta, há, pulou fora como um canguru no cio.

Resolveu se acalmar. Suas carências seriam resolvidas pela companhia de seus amigos, familiares e várias barras de chocolate light. Dedicou-se ao trabalho, à família, amigos e ao corpinho - sabe como é, um relacionamento constipado como estava, só podia fazer engordar. Resolveu ficar sozinha por um tempo, explorar os rapazes da fila (sempre tem fila, né?). No entanto, algumas pessoas especiais foram chegando e ela, ao contrário do que sempre foi, passou a analisar friamente seus pretendentes.

- Não quero perder tempo, Bia. Ao mesmo tempo, não quero fazer nada correndo. Entende?
- Amiga, não. Desde quando você fala a minha língua?
- Bia, te mando "a" ou "para"?
- Não sei. Economizando nas crases?
- Vá à merda. Tá aí a sua crase.
- Eita, o negócio tá feio mesmo. Achei que, se livrando do Bruno, ia conseguir canalizar a raiva pra outras coisas.
- É, pras amigas.
- Ok, me explica de novo. Mas tradução para leigos, ok?
- Sim... Quis dizer... Não estou com pressa de entrar num relacionamento. Justamente por isso, tenho calma de escolher a pessoa certa pra mim. No entanto, não quero perder tempo, no sentido de me deixar envolver com qualquer um pra "testar". Tô com pressa de ser feliz e com calma pra achar a pessoa certa, entende?

Desistiu de se explicar. Era sua amiga, e não sua mãe, não devia satisfações. Continuou se correspondendo com aquele amigo de quem gostava muito. Combinaram de sair. "Pode ser legal. Melhor do que ficar em casa postando textos aleatórios no blog".

Ele era diferente pessoalmente. Parecia mais tímido, sem jeito. Ao mesmo tempo, a mesmíssima pessoa com quem conversava todos os dias, horas e horas a fio, mesmo meses antes de terminar seu namoro. Sempre soube que ele era especial. Só não sabia que pessoalmente bateriam tão bem.

Nana diz:
Engraçado, nesse ponto ele me lembra o Guto.
Bia diz:
Por quê?
Nana diz:
Meio alternativinho, roqueirinho, baixista de banda, talento pra cabeludo... Soh que não tem tatuagens. lol
Bia diz:
Vc precisa parar de falar "lol", Nanah, na boa.
Nana diz:
Mas sério, Bia! Tem noção do quanto esse kra me afetou? Normalmente, escrevo 1 texto por dia! Só hoje, já escrevi 3!!
Bia diz:
Ah, é? Perae!
Bia diz:
Ué, só tem um novo lá no blog.
Nana diz:
Falei 3 pra efeito dramático, amiga! Acompanha, vai??
Bia diz:
Sim sim, claro, nah. E aí, miga? Beija bem?
Nana diz:
Sabe o que me impressionou mais MESMO? Nossa, assim que ele foi embora na manhã seguinte, bateu uma saudade instantânea...

(to be continued)

domingo, 21 de fevereiro de 2010

A Garota e o Geek 2 – a conversa que nunca foi tida e as aspas descobertas

Para tudo tem um limite, sabe? “Antes tarde do que nunca”, dizem todas as avós, certo? Pois o meu estoque de juízo estava perigosamente baixo. Já era hora de eu me dar conta do que faltava saber para que eu tomasse a decisão certa.

Entrei no apartamento dele, ignorei a presença de sua mãe à porta, marchei para dentro de seu quarto e arranquei o fio que ligava o computador à tomada. Seu monitor, no qual se podia ver seu joguinho estúpido rolando, se desligou imediatamente. Antes mesmo que o energúmeno conseguisse reagir e tirar seus fones de ouvido gigantescos da cabeça, gritei com toda a minha força, aos soluços, para ver se, ao contrário das outras milhares de vezes, o menino me escutava.

“ARGH, chega!!! Você escolhe! Eu posso muito bem deixar você continuar engordando, plantado nessa poltrona, imerso nos seus joguinhos, e gastar a minha vida esperando finalmente que você cresça! Posso muito bem gastar as minhas horas, a minha juventude e a minha auto-estima, que a essas alturas eu já nem sei se existe mais! Posso aprender a ser boa nos outros jogos que te interessam, já que me interessar pelo preferido não foi suficiente! Ou ler uma coleção inteira do André Vianco, para termos assunto para conversar! Eu posso muito bem, também, aprender a viver sem o seu carinho. E, provavelmente, vai ser mais fácil do que eu penso, considerando que seu carinho e nada são muito parecidos, na verdade. Mas uma coisa que eu não posso é, de jeito nenhum, ficar sem saber se isso tudo vai valer a pena. Porque só vai valer a pena se você me amar um dia. Você vai me amar um dia?? Diz se você vai me amar um dia!!”

Nesse momento, acredito que ele engoliu alguns palavrões e a vontade explosiva de quebrar alguma coisa na minha cabeça, por eu ter desligado o computador dele – sagrado, não se deve tocar no computador dele, ou qualquer periférico do mesmo. Ao tentar interpretar o silêncio dele, que só me lembrava o quanto ele havia se silenciado nos últimos meses, vi, em seu olhar, vários sentimentos: raiva pelo meu ataque de nervos; medo de minha ousadia ter estragado o computador dele; insegurança, por não saber se o computador dele tinha sido estragado ou não; e um sentimento cujo nome não sei ao certo. Um sentimento de indignação misturada a desespero. Ainda assim, não vi nada ali que mostrasse que ainda houvesse algum sentimento ligado a mim. Positivo, pelo menos, nenhum. Já tinha minha resposta. Mas, como se não fosse suficiente, ele ainda se atreveu a responder, enquanto amassava raivosamente um pedacinho de papel:

“Escuta. Eu não tô com saco. Eu não vou te amar um dia. Agora, me dá licença, que eu ‘tava no meio d’uma raid.”

Minha raiva chegou a tal ponto, que as lágrimas no meu rosto evaporaram. Percebi que aquele monstro, sentado ao computador, era uma desgraça para a “classe” de geeks around the world. Descobri que, no mínimo, eu havia engolido um par de aspas quando o classifiquei assim. Então, engoli o choro, passei a mão no Garfield de pelúcia que sentava em sua prateleira – presente meu –, e disse, já na porta de seu quarto, pronta para tirá-lo da minha vida completamente:

“Cansei. Vou comprar uma boa dose de juízo. Enquanto isso, aconselho que você pense em comprar um coração.”

(inspirada no roteiro de Claudia Ramos)

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Viver como um hamster

Não, eu não estou doida. Eu sei que esse título parece bem maluco, mas juro que faz sentido. O tema desse post, na realidade, é “acomodação”. E eu não estou falando de quarto de hotel, estou falando de comodismo.
Ganhando R$4.000 por mês, tendo um emprego fixo ou um parceiro que lhe sustente é fácil se acomodar, sabe? Esquecer-se do sonho, da ambição, da fama, do sucesso... Afinal, isso tudo requer esforço, certo? E nem todo mundo tem a garra de querer sempre mais.
Morar com os pais é fácil, embora tenha seus pontos negativos. Aquele emprego paga bem, embora não seja bem o que eu quero fazer. Aquele menino é muito gato, embora eu não goste muito dele. Acomodar-se é fácil, mas não é certo.
Devemos ter a força para buscar sempre mais para a nossa vida: melhorar nossos relacionamentos, manter nossas amizades, nos esforçar por algo melhor para nós mesmos ou até para melhorar as coisas que já temos ou somos, seja nosso peso, nosso emprego ou nosso lar.
É aí que entra o hamster. Para mim, o hamster é o exemplo perfeito de determinação. Deixe de lado o fato de sermos seres vivos muito mais complexos do que um simples hamster. Analise apenas o seguinte: o bichinho corre, corre, mesmo sem chegar a lugar nenhum. O simples correr já é suficiente para ele. E é assim que deveríamos viver: com a determinação de um hamster! Sempre lutando, tentando, mesmo que não cheguemos a lugar algum. Afinal, o simples tentar nos ajuda a crescer e, crescendo, podemos chegar a lugares novos.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

A Garota e o Geek

Sábado à noite, 01:45AM e acabo de entrar em casa. Hoje, pela primeira vez, fui ao cinema sozinha. No mínimo, vocês devem estar pensando o que tem de errado comigo para eu ir ao cinema sozinha. Afinal, sou uma menina de 20 anos, bem bonita até e, em hipótese alguma, ir ao cinema sozinha seria uma opção aceitável para um sábado à noite, certo? Se eu estivesse solteira, era para eu estar numa boate tentando mudar a situação. E em um namoro normal, era para eu estar com meu namorado, fazendo algum programinha casal. Mas meu namorado não é normal. Meu namorado é um geek.

Um sábado feliz, pro meu namorado, é aquele em que ele acorda tarde, almoça quase na hora de jantar, liga o computador e se concentra no PvP. PvP, para quem não sabe, é quando uma legião de geeks, separados em dois times, caem na porrada – virtual, é claro. Já um cara normal pensaria em incluir aí, em algum lugar, levar a namorada para passear, e claro, sexo. Meu namorado? Bem, eu poderia me vestir de líder de torcida, de estudante safada, de enfermeira tarada, e ainda assim a resposta seria a mesma: “Peraê, amor, tô quase acabando aqui. O Warlock deu ultimate e agora meu healer tem que curar geral, sabe como é, se eu sair daqui, todo mundo morre”. E sabe o que é pior? O jogo é pago; eu não cobro...

Conheci meu namorado na faculdade. Ele era um dos meninos populares, zoava todo mundo e implicava muito comigo. Feito maternal, sabe, quando o menino puxa a trança da menina de quem gosta. Ele ficou ao meu lado quando passei por um término difícil e acabei me apaixonando por ele em seguida, sem saber como seria difícil namorar um geek...

Você pensa, “bem, geeks são caras necessitados, em sua maioria virgens, que adorariam ter uma namorada gostosa”. E eu digo “não”. Geeks existem em todas as idades, virgens ou não, e têm personalidades variadas. O meu geek consegue ser o mais complicado de todos, ele leva a coisa a sério. Volta do trabalho sempre muito cansado, querendo ir pra casa, com preguiça de me ver. Mas ainda assim consegue ficar acordado jogando até às 5AM naquele maldito computador. Gasta rios de dinheiro pagando pelas mensalidades dos jogos, mais os upgrades e os acessórios e etc... E se compra uma rosa para mim por ano já é muito. Jantares românticos? Nunca. Cartões fofinhos? Só em datas comemorativas.

E para excitar meu namorado? Só usando linguagem geek. “Amor, que tal acordar seu mago para ele me curar todinha, hein?” Depois de umas provocações, “WoW, ta sentindo a mana, ta?, meu guerreiro poderoso!”. Se nada disso der certo, você pode sempre desistir do sexo e partir pra um “Dotinha”...

Como um menino como ele prende uma menina como eu? Quando ele não está jogando, juro, ele é um namorado normal, carinhoso, engraçado, divertido e especial. Em certos momentos, eu sinceramente chego a pensar que eu devo ser maluca em ter um namorado que só consegue ser bom quando a rede ‘tá down... Mas aí eu me lembro como o Bill Gates era geek aos 20 anos, como o Steve Jobs era geek aos 20 anos... E daí penso, “bem, que mal tem esperar mais uns anos?”

domingo, 26 de julho de 2009

Bipolar

Tudo na vida tem dois lados. O dia tem dois turnos, o ano tem dois semestres, um casal tem duas metades. Cada palavra tem seu oposto, todos nascemos com dois olhos, duas mãos, dois pés... Dessa mesma forma, eu também tenho dois lados.

“Uma leve bipolaridade”, disse meu médico. O diagnóstico me assustou. Não é todo dia que lhe dizem que você tem um problema neurológico. Também, já era de se esperar. Minha infância conturbada e as situações a que me sujeito todos os dias... É óbvio que existem duas de mim. A criança, que adora rir, escrever e falar besteiras; a adulta, que paga as contas e investe em sua carreira. Meu lado pessoal e meu lado profissional. Acho que bipolaridade todos temos, minha sincera opinião. Alguns são felizes e tristes. Outros, loucos e sãos. Eu, no caso, sou criança e adulta. A melhor bipolaridade que existe.

Veja bem: criança não tem stress, problemas, nem contas para pagar. Ao menos, não em teoria. As maiores preocupações de uma criança normal são brincar e crescer. O resto é o resto, fica para mais tarde. No entanto, esses meus dois lados estavam entrando em conflito. Eram duas personalidades e eu já não sabia mais onde a primeira terminava e começava a segunda.
Engraçado... Até cachorro eu tive dois. Duas: a Sophia e a Zoé. Uma, o oposto da outra. Assim como minhas personalidades. Engraçado como nós “externalizamos” o que temos escondido dentro de nós, não? Vai entender.

Uma das perguntas que eu mais faço, já percebi, é: “isso é bom ou ruim?”. “Você me lembra a prima da minha amiga!” – “Isso é bom ou ruim?”. Sei lá, nunca se sabe. Vai que a tal prima é uma megera... Não quero ser uma megera. Se bem que, dentro de mim, uma das duas é uma megera, tenha certeza. Uma é forte, a outra é fraca. Uma planeja, a outra não. Uma, o oposto da outra.

Está ficando tarde. Melhor eu ir dormir.
Boa noite, Anna. Boa noite, Anna.

domingo, 19 de julho de 2009

Se eu fosse colunista, o tema de hoje seria "a influência dos quadrinhos na formação da criança brasileira"

Desde pequena, sempre amei as histórias em quadrinhos do Mauricio de Sousa. Acho extremamente interessante como as historinhas conseguem atingir as crianças nos pontos mais profundos de suas cabecinhas. A Turma da Mônica é a maior prova de que, ao contrário do que dizem, crianças não imitam. Nas revistinhas, nunca vi cartinhas de leitores que dissessem "Cascão, estou há um mês sem tomar banho em sua homenagem". São sempre cartas como "Cascão, adoro você, mas acho que você devia tomar banho". É incrível como os leitores mirins da Turma da Mônica conseguem absorver apenas os aspectos positivos dos personagens com que se identificam: a força da Mônica, sem a violência; a disposição do Cascão, sem o medo de água...

Outro ponto reverenciável abordado por Mauricio de Sousa são as "causas". Historinhas que abordam a preservação do meio ambiente (como várias do Chico Bento e do Papa-Capim) e a reciclagem (o Cascão é um verdadeiro partidário da causa) conseguem transmitir para as crianças a urgência das situações que estamos vivendo, de uma maneira leve e marcante. Por meio dos quadrinhos, desde cedo, as crianças podem ser influenciadas por valores que, se abordados depois, poderiam não ser assimilados tão efetivamente, sendo tarde demais para ensiná-los.

Mauricio de Sousa é uma pessoa que eu admiro demais. Consegue, em uma revistinha apenas, vencer preconceitos, alegrar as crianças e ensiná-las a contribuir para um mundo melhor. Personagens com deficiências, em suas historinhas, são pessoas fortes, cheias de amigos e muito amadas, em vez de vítimas de infortúnios. Personagens rudes ou presunçosas são desconstruídas, exibindo seu lado humano. Animais ganham voz, pedras ganham voz, causas ganham voz, ao mesmo tempo que ensinam às crianças sobre religião, humanidade e amor.
Há muito tempo, revistinhas deixaram de ser um meio de lazer. Passaram a ser aulas de cidadania. E esse professor, Mauricio de Sousa, faz um trabalho tão admirável que seria um pecado seguir chamando suas classes de RevistINHAS e suas aulas de HistorINHAS.

Quer fazer essa criancinha aqui feliz? Ajude a fazer essa coluna chegar às mãos do Mauricio!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Se eu fosse colunista, o tema de hoje seria "criatividade".

Na minha faculdade, nós aprendemos que a criatividade não é algo que se tem ou não. É algo inerente ao ser humano. Todo mundo é criativo, em níveis diferentes de capacidade. Isso tudo depende do quanto você “exercitou” sua criatividade até esse momento.
Não se acha criativo? Isso incomoda você? Pois nunca é tarde demais para se modificar: comece agora mesmo a exercitar sua criatividade. Faça um desenho, escreva uma historinha, invente uma piada ou até mesmo uma poesia para a pessoa de quem você gosta, porque a criatividade é como qualquer outra habilidade que nós temos: basta exercitar para evoluir.
Fico espantada com o quanto as pessoas conseguem ser criativas. Veja os vendedores ambulantes: com as suas gritarias, eles anunciam o produto que estão vendendo e, num local lotado pela concorrência, ganha quem gritar da maneira mais criativa. Então, eles inventam slogans, baboseiras que atraiam a atenção dos seus possíveis compradores e, muitas vezes, é essa criatividade que faz toda a diferença.
No mundo de hoje, onde tudo muda constantemente, é indispensável ser criativo para ser inesquecível. Seja o seu corte de cabelo, as roupas que você usa, a maneira como você fala ou a sua personalidade, é a sua maneira de marcar as pessoas que vai fazer com que você se destaque dos demais.

E, para fechar a coluna de hoje, eu abro um debate a respeito dos ambulantes: “Churéque” (tradução para leigos: Shrek). Falta de conhecimentos básicos de inglês ou estratégia de marketing? Deixe o seu comentário!
Não se esqueça de deixar sua opinião sobre a coluna de hoje. Se você ainda não votou nas colunas anteriores, não se esqueça de votar agora. A sua opinião é uma crítica construtiva para que eu melhore. Até a próxima! ;)

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Se eu fosse colunista, o tema de hoje seria “férias”.

Incrível como as pessoas nunca estão satisfeitas. A gente passa as aulas torcendo para as férias chegarem e, quando chegam, logo enjoamos e sentimos falta da maluquice do período letivo. As matérias novas, os professores novos, os colegas de sempre... Até aquelas pessoas da sala que você absolutamente detesta de repente não parecem ser tão ruins...
Chegam as férias. Todo mundo feliz, planejando uma série de coisas para curtirem as férias ao máximo. Um mês depois, as pessoas começam a largar os planos e marcar churrascos de turma, amigo oculto, etc. Quando voltam as aulas, a felicidade dura uma semana. Logo vêm os deveres de casa, testes surpresa, trabalhos em grupo. É... Difícil ficar satisfeito.
Acho que, num mundo perfeito, felicidade seria não ter que acordar cedo e ir “sonambulando” para a aula, seria os finais de semana terem 3 dias, em vez de dois... Seria os deveres de casa parecerem mais divertidos e os trabalhos em grupo não serem tão estressantes... E os testes surpresa nunca valerem nota. O mundo perfeito seria aquele em que reprovação por falta não existiria, os professores seriam sempre legais e as provas seriam sempre de múltipla-escolha. Que mundinho impossível, não? Acho que é por isso que existem as férias... Para a gente ter tempo de sentir falta desse mundinho imperfeito em que vivemos. E o pior é que dá certo!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Se eu fosse colunista, o tema de hoje seria "ser colunista"

Não sei se você sabe, mas há uma grande diferença entre emprego e carreira. Aprendi isso com o Chris Rock, em um de seus shows de stand-up. Emprego é uma mera ocupação que ajuda você a se sustentar enquanto deduz como dar início a uma carreira que lhe agrade. Já a carreira, não. Quando você tem uma carreira, o tempo passa voando, você ama o que faz e não vive insatisfeito com o seu salário ou com a sua carga horária. E sabe por quê? Porque você tem uma carreira. E conforme você vai subindo no mercado de trabalho, o seu salário aumenta e a sua carga horária, bem, depende.
E não sei se você sabe, mas vagas para carreiras não ficam por aí dando sopa. Você não pode procurar por uma carreira no jornal ou na internet. A sua carreira quem faz é você. Mas a verdade é a seguinte: eu não sei o que fazer para ser colunista. Juro. Publicitária, jornalista, modelo, atriz, todo o resto, eu saberia o que fazer para chegar lá. Mas colunista?
Quer um exemplo? A Carrie, de Sex and the City. Colunista! Mas em momento algum no seriado eles mostram a trajetória que ela percorreu para chegar até lá. Afinal, o seriado É a coluna, então não teria muito propósito em mostrar o que aconteceu antes daquilo.
Meu mentor me aconselhou a começar por um blog. De fato, quantas pessoas criaram um blog, escreveram meia dúzia de baboseiras sobre o que pensavam do mundo, mas fizeram de uma maneira tão única e valiosa que foram procuradas por grandes empresas? Eu quero ser uma dessas pessoas! Por isso criei esse blog. Aqui, escreverei pequenos textos – coluninhas de minha autoria – para explorar a minha paixão por escrever e, quem sabe, ser contratada... Porque a internet é a melhor ferramenta para ajudar você a cair de pára-quedas na carreira que você está procurando. Experimenta só.