Estou vivendo num clipe nonsense de uma banda de indie rock. Tudo rolando em preto e branco, câmera lenta e in reverse. Tudo em negativo, ao contrário, como se eu morasse em Opositeville.
Minhas palavras se foram no redemoinho. Os giros reversos do mundo levaram meus amores, meus compromissos e só ficaram meus instintos. E as músicas alternativas, rocks levemente monótonos - mas ainda assim legais -, que me fazem go on living. In reverse.
Há algo de inquietante e, ao mesmo tempo, muito familiar nessa situação. É confortável ser levado pelo ritmo da vida, mesmo que ele seja diferente do que você estava acostumado. Lutar contra os giros do mundo - e eles são extraordinários, excêntricos e imprevisíveis - é inevitável e improdutivo. De que adianta tentar? Se você se deixar levar, você pode parar exatamente onde queria esse tempo todo. Ou num lugar ainda melhor. Ou, no mínimo, olhando para trás e vendo o quanto você cresceu, numa trajetória libertadora, digna de clipes da MTV. So let go. And live in reverse.
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