quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Fixação - Platonismo socrático

Procurei uma palavra que definisse o que eu sinto por você. Não achei. Para falar a verdade, não sei bem o que estou procurando. Só sei que você virou um vício para mim. Como uma droga pesada - na primeira vez, o rush foi incrível. Depois, fui ficando resistente aos seus charmes, ao seu sorriso. Custava mais a me derreter, mas o final era sempre o mesmo: eu, derretida, com a mão quente no peito, gemendo e ofegando, dizendo “ai, meu Deus, como eu preciso”.

Será que importa mesmo que eu nunca o conheci? Será? Sei muito bem que você existe, sei qual nome sussurrar ao seu ouvido e sei que, óbvio, tudo aquilo que você tem eu não vou mais achar em ninguém. Sua pele branca, suas cores todas, sua voz de menino. Será que consigo expressar em palavras o meu desejo? Sei que, em ações, nunca poderei. Mas se pudesse, não conseguiria esconder o quanto quero você.

Quero conhecer seu cheiro, seu toque e seu prazer, sentir em suas mãos o quanto meu corpo esquenta com o mero pensamento de estar ao seu lado. Sentir as luzes piscando em meus olhos como as notas do seu baixo e os tremores em meus joelhos. Ouvir sua voz dizendo “vem” e, ignorando meu bom senso, dizer “agora”.

Pela primeira vez na minha vida, me sinto embriagada de luxúria, num platonismo socrático - quero você, nunca terei você, então fico na platéia, sem outra saída, sonhando acordada com as sensações que nunca viverei em suas mãos, em seus lábios, em meus lábios. Vamos recomeçar?

Meu nome é... Bem, não importa. Na realidade, seu nome também não, embora eu já saiba qual é. Tudo o que quero é uma noite com você, se não for pedir demais. Quem sabe, depois de experimentar você, eu me dê por satisfeita. E consiga dormir em paz.

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